Um ser humano não nasce programado. Ninguém pode provar, de maneira alguma, por método algum, que um homem nasceu para entrar na escola aos seis anos. E, ainda menos, pode-se provar que nasceram, os seres humanos, para dedicar suas vidas procurando papéis que, na essência, não significam aquilo que expressam literalmente. Ninguém pode acreditar que nasceu para estudar formalmente e trabalhar formalmente por toda vida. Como acreditar que somos predestinados a nascer, crescer, trabalhar, comprar uma casa, um carro, móveis, eletrodomésticos e eletrônicos...depois de os ter, comprar outros: outra casa, outro carro, outros móveis, outros eletrodomésticos e eletrônicos...e depois? O círculo, oras, é vicioso.
O que fazemos para mudar?
Muitos não roubam. Muitos se omitem da ladroagem, criticam-na, ofendem-na, repudiam-na. Muitos não concordam com as coisas que nos fazem mal. Muitos discursaram contra o neoliberalismo, o terrorismo, o nazismo, o fascismo, a violência. Muitos, a grande maioria, não participará jamais do grupo dos maus.
Mas não foi essa a pergunta.
A pergunta é: o que fazemos para mudar?
Não agimos em prol das coisas más, e isso é um avanço social enorme. Mas, e quanto aos problemas que existem? O que fazemos para saná-los?
Existem duas facetas do atual humanismo: ou a coisa está boa, ou não está. Ou temos algo problemático, ou não temos. Ou é bom para nós ou é mau. Nessa dicotomia, pode-se inferir que existem duas vertentes de pessoas. Existem aquelas pessoas que permanecerão não fazendo mal à sociedade, e crivarão seus discursos contra à maldade; e aqueles que agirão em prol do bem. Existe ainda uma terceira classe, dos apáticos, que nada farão. Mas estes e os primeiros, que não fazem maldades, encontram-se no mesmo patamar: estão rodando em torno do problema. Indiferente de como fazem, se o propagam, repudiam-no ou nada fazem, todos rodam em torno do problema e, por isso, constituem esse quadro: o dos problemáticos, que assumem a vida por essa via, vislumbrando e vivendo suas vidas em torno das coisas ruins.
Há homens, no entanto, que não discutem os problemas: falam da solução. Expõem, experimentam, vivem, sentem, arriscam-se, correm riscos....Mas vivem intensamente em torno daquilo que é bom. Estes homens encontram-se no plantel da solução, e tentarão, sempre, evoluir o mundo para melhor, indiferente às adversidades: eles não questionam ou vivem para vislumbrar o que é ruim, o fazem em busca daquilo que pode ser melhor. Constituem, em sua essência, a própria solução em si.
O que fazemos para mudar?
Não fazer o mal não basta. Precisamos fazer o bem, ansiar por melhoras.
Se você não faz parte da solução, meu chapa, então faz parte do problema...
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