“E aí, cara! Sobrevivendo?”. Assim, Joaquim Melo, presidente da ASMOCONP e do Instituto Palmas me cumprimenta, toda vez que me vê. Voz calma e em tom simpático, sempre sorridente e ativo; desta mesma forma, o vi ontem, durante o FECOL. Uma das discussões mais atuais no âmbito do Fórum Nacional (economia solidária), diz respeito a isso: o que é um banco comunitário? O FECOL é, por isso, uma das interações culturais mais incríveis que já presenciei na minha vida.
Tendo como missão criar laços humanos, envolver-se com a comunidade, valorizar os trabalhos locais, sociabilizar informações, ser ponto de encontro de lazer e política e muitas outras, o Fórum Econômico Local (FECOL) faz o que nenhuma instituição de ensino conseguiu fazer até hoje: elevar, no mesmo âmbito, seres humanos a um nível de união e igualdade ao qual a troca de saberes é mútua. Todas as quartas-feiras, por duas horas, das sete às nove, vários seres humanos, de vários lugares, representando o interesse próprio ou coletivo, reunem-se para discutir a situação de vida, e como melhorá-la. A vontade que o FECOL ocorra é tanta, por parte dos responsáveis, que, durante a semana, todas as pessoas associadas à ASMOCONP recebem telefonemas sendo lembradas da reunião semanal. Com uma média de 60 pessoas, as reuniões são agitadas, com muitas pautas e espaços diversos. A abertura dá-se com caldo (comida típica) e apresentações artísticas. Em duas semanas, presenciei duas bandas locais e uma contorcionista de 10 anos. Todos os três de qualidade inacreditável. As pessoas gostam de estar presentes; gostam de falar; de serem ouvidas; gostam de se sentir parte da humanidade. Alias, quem não gosta? E quem não faz?
Lá, por duas horas, acontece a mais perfeita humanidade. Falam estudantes, professores, guardas-noturnos, crianças, adultos, idosos, serventes, presidente, desempregados, empregados, instituições que visitam, pessoas que estão presentes...Uma verdadeira e legítima Interação Cultural e humanística, a qual levarei pra sempre nessa vida, como aprendizado. Desenvolvimento local mostra-se uma verdade pujante para mim: precisa-se gerar harmonia devagar; pessoa a pessoa, instituição por instituição, comércio a comércio...cidade por cidade...estado por estado...país por país...
Quando encontro o Joaquim e ele me faz essa mesma pergunta, com o mesmo tom amigável de sempre, logo penso: “sobrevivendo? Finalmente vivo!”
"AOS ESFARRAPADOS DO MUNDO,
E AOS QUE NELE SE DESCOBREM,
E, ASSIM, DESCOBRINDO-SE,
COM ELES SOFREM,
MAS, SOBRETUDO,
COM ELES LUTAM!!!"
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